quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O Canalha Do Ser Humano Se Acostuma Com Tudo

Ser mulher não é fácil. Por mais que o povo fale que a mulher da atualidade é independente, forte , decidida , no nosso  brasilzão ainda impera um machismo mascarado. Aliás, muita coisa ainda é mascarada nesse nosso mundão de hipocrisia. Mas hoje estou aqui para falar da Paula, e não do nosso País tropical abençoado por Deus e bonito por natureza.

Paula é uma bela mulata de 19 anos. Aquelas de parar o trânsito, tudo no lugarzinho certo.
Bonita, cheirosa, gostosa...o desejo sexual da maioria dos caras que vivem na periferia de são Paulo, em um bairro mais conhecido como Vila Clara.
Constantemente  acontecem os famosos pancadões, são festas em plena rua , ás vezes os becos, onde os DJs comandam nas pick ups os sons da periferia  como pagode, samba, funk e Black Music gringa. Nessas festas rola de tudo, sexo, dança, drogas e muita azaração. 
Paula adora o pancadão e toda semana bate cartão com suas amigas glamourosas. Ela sabe que tem que manter a pose e não pode ficar dando mole para qualquer um, por que apesar da tal independência mulher que fica com vários caras é vagabunda e os caras acabam ficando com fama de pegador. Por isso, mesmo que ache vários garotos bonitos,e, ás vezes tenha vontade de experimentar o beijo de todos, ela se preserva ao máximo para não ficar com má fama.
Dançar é o festim diabólico de Paula. Ela não pode ouvir uma musica que fica completamente fora de si. Música esta sempre presente em sua vida, no ônibus, na corridinha, nas baladas de final de semana...Alias, no pancadão, Paula se solta. Principalmente quando toca um Black charme, nessas horas não tem pra ninguém, a garota se solta no ritmo da música e se joga na emoção das batidas. Nessas horas Paula não quer saber de nada, apenas aproveitar a sensação maravilhosa de estar envolvida na música.
Certo dia Paula estava arrasando no pancadão da Vila Clara. Uma musica Black charme envolvente e sedutora tomou conta de seu corpo levando-a ao ápice da emoção. Ela não entendia a letra mais o ritmo a levava a outras galáxias e a sensação de prazer com as batidas era muito intensa. Sua conexão com a música era extremamente excitante e parecia que a energia daquelas batidas misturada com a essência de Paula contagiava a todos. Em segundos todos estavam na vibe contagiante do local. De repente Paula sentiu um leve toque em sua cintura, fazendo-a acordar do transe em que estava. Um homem, forte e negro passa rapidamente olhando-a de soslaio. Impactada com a presença voluptuosa do homem a garota se sente atraída por aquele estranho sedutor que ousou passar a mão, discretamente, em sua cintura. Sem hesitar ela foi em direção ao homem que passou entre as pessoas que dançavam sensualmente. Paula desconhecia o sentimento que pairava em sua mente. 


Afinal por que seguia um desconhecido?


Em poucos segundos, num piscar de olhos ela percebeu que o perdeu de vista  e ficou triste com a possibilidade de  não quebrar o barraco com o homem que ousou tocá-la!  De repente, do outro lado da rua ela avistou aquele negro alto e atlético encostado em uma moto que mais parecia uma nave. Impulsionada pelo estranho sentimento  ela se aproximou do homem.

- Nunca mais toque em mim dessa forma – Ela precisava manter o respeito.
O homem apenas sorriu com aqueles dentes brancos e aquele olhar de safado. Ele realmente era um homem muito atraente- pensou ela. Sem hesitar o homem dispara.
- Vamos para minha casa?

Ora, quem ele pensa que eu sou uma vagabunda? – Pensou Paula.

- Nem te conheço! Por que sairia com você?
- Por que temos química. E você sabe disso.

Nunca ninguém havia sido tão direto com Paula. É óbvio que ele deveria ser acostumado com aquela abordagem rápida, mas, definitivamente Paula não estava acostumada com aquilo.
Rápida como um foguete Paula respondeu.
- Tenho medo de moto. – Oh meu Deus! Pensou ela. O que estou fazendo?
- Você pode segurar na minha cintura. – Disse o homem com o ar deliciosamente cafajeste.
O pior é que Paula realmente tinha  fobia de moto. Só de pensar na possibilidade de uma queda já fazia seu coração bombar. Sua vontade era sair correndo daquela   situação e evitar de subir em uma moto com um desconhecido sem destino certo.
- Aonde você vai me levar?
- Pra minha casa.
- Mora sozinho?
- Com meus pais.
- Eles deixam você levar mulheres para lá?
- Eles estão viajando.
- É longe?
- Logo ali.
- Logo ali aonde?
- São Bernardo.
- Você me trás de volta?
- Quando você quiser.
O homem estende o braço a fim de ajudar Paula a subir na moto.
- Aqui não. Me encontra na esquina.
O homem  montou na moto e sorriu maliciosamente para a garota. Ele saiu cantando pneu.
Enquanto caminhava em direção a esquina Paula estava se sentindo uma prostituta. Jamais agiu de tal forma e estava surpreendida com sua coragem de sair com um estranho que se quer sabia o nome. Quando se aproximou do mesmo, que já estava a aguardando na esquina se surpreendeu ao ver que ele já estava com o capacete provisório na mão – ‘”homem é tudo igual mesmo “ – Pensou ela.
- Tem vinho na sua casa?
- Prefere seco ou suave?
- Suave, é mais docinho.
- Hoje é seu dia de sorte. Tem uma garrafa geladinha em casa.

Paula sorriu e montou na moto turbinada do negro envolvente.
No caminho, enquanto o forte vento batia em seu rosto pensava na besteira que estava fazendo. Mas algo lhe dizia que aquele impulso não era gratuito. Aquela aventura realmente era especial.
Eles entraram em um bonito sobrado de uma tranqüila rua. Quando entrou na casa ficou fascinada com o taco de madeira que brilhava intensamente. O homem a conduziu pela escada levando-a para seu quarto.
Delicadamente ela se acomodou na cama dele. Cama  macia com lençol de seda. Ele toca os seus lábios no lábios dela e sorri – Aquele sorriso...
- Já volto.
Paula reparou que no criado mudo havia uma foto do homem com uma linda garota. Provavelmente a namorada dele.
- Homem é tudo safado- Pensou ela.
Para surpresa de Paula ela se sentiu aliviada por saber que o fulano tinha uma namorada. Afinal, ela não estava interessada em romance.  O homem entrou no quarto, sem camisa, com a calça jeans reta, uma cintura de dar inveja com zero por cento de gordura, um abdome definido, uma garrafa de vinho na mão e uma taça na outra.  Era bom demais para ser verdade. Mas Paula precisava manter a integridade e rapidamente pegou o retrato do homem com a garota.
- É sua namorada?
- Sim.
- Onde ela esta?
- Intercâmbio. Viagem escolar.
- Por que faz isso com ela?
- Você realmente se importa?
O homem realmente  devia pensar que Paula era uma vagabunda. Ela gostou da franqueza dele. Mas no fundo ela se importava em ser a vagabunda... Mas aquele homem sem camisa...
- Se quer saber  não faço isso sempre.
- Por que fez hoje?
- Por que a vi dançar.
Paula não sabia se ele era um descarado ou se dizia a verdade, mas aquilo realmente a conquistou.
-... Quando a vi dançando eu pensei: - Que delícia. Ela parece fazer sexo com as batidas- Você é fenomenal. Atraiu-me pelos movimentos...
A excitação de Paula era enórme.
- Dança pra mim?
- Agora?
- É.
O homem liga o aparelho de som e começa a tocar o Black Charme.

- Eu estava dançando....

- ... Essa música – o homem sorri interrompendo Paula – Eu sei, quando sai de casa estava ouvindo-a e quando cheguei lá a vi dançando, então pensei: - Essa é a mulher....dança pra mim?
Paula sorri e vagarosamente começa a dançar. Seu desejo a deixava ainda mais sexy e estar em frente aquele monumento  a fazia querer pular as preliminares. Enquanto ela dançava ele encheu a taça de vinho.
- Você gosta de vinho bem docinho né?
Paula só acena positivamente. O homem toma um gole do vinho e se aproxima de Paula. Vagarosamente ele abre a boca e passa a bebida para a boca da garota. Sua pele arrepia de desejo. – Que filho da puta envolvente – pensou ela. O homem passa a língua com o gosto do vinho nos lábios de Paula e os dois se beijam loucamente. Ele a joga na cama e lambe o corpo inteiro de Paula. A sensação era surreal e a língua dele era macia e quente.
Paula, sem pudores entrega-se ao desejo, fazendo tudo o que as só as putas fazem em um programa.
Os dois tomam banho juntos e a garota pede para que ele a leve de volta ao pancadão. Sem hesitar ele a leva.  Já em frente a rua do pancadão os dois se olham intensamente.
- Quando nos encontramos de novo? - Pergunta o homem com...o sorriso.
- Não haverá novamente.
- Não gostou da noite?
- Adorei a noite. Mas o canalha do ser humano se acostuma com tudo. Não quero correr esse risco.

Paula deu um beijo no homem e saiu com cara de descarada.
A garota havia feito o melhor sexo da sua vida.  Mas em uma mesma noite ela havia feito tudo o que repugnava como o sexo por sexo, havia praticado o ato da traição, havia saído com um desconhecido e nem sabia seu nome, e,  definitivamente,  gostou da sensação de ser puta por uma noite. Mas ela precisava de um bom banho para tirar as impurezas , por que  esse tipo de coisa é muito fácil de se acostumar.....

Dance com Paula e o homem misterioso